Tudo é manso lá fora:
O canto do canário,
as folhas secas estalando no ciscar da ave.
Na sombra larga da mangueira,
o cão dorme aos pés da mulher
de ar pensante,que vagarosamente,
debulha o milho por sobre o avental azul.
Há um murmúrio naquele lábio quase triste,
de quem nunca provou das travessias:
(no final daquela curva,
a araucária plantada,
fincou o desgosto de um desvio.)
O menino está no berço.
No centro da mesa,sopa e pão.
A mulher debulha as horas.
Debulha o milho.
A inexatidão.
Patrícia Vicensotti