12 de setembro de 2011
Lacuna
Permito,que nessas horas vagas,
onde os desejos tem mais tempo,
que eu seja seu pensamento a te roubar vida afora.
E quando a falta for insuportável e vier em minha busca,
será a minha vez de ver,se sua forma ainda preenche
aquela mesma lacuna,(talvez),vazia.
Patty Vicensotti
9 de setembro de 2011
Veio me falar a borboleta ...
" Antes de partir,
permitiu então que a tocasse.
Era de veludo,era de seda,
toda bordada era a borboleta.
Pousada ali,
e sobre o encanto dos meus olhos,
dormiu na minha mão.
E eu,minúscula criatura diante dela;
tive,comovida,a sensação mais bela.
Veio me falar a borboleta:
- que as grandes coisas,
são sempre as mais singelas."
9 de agosto de 2011
E acreditar :
Há de por leveza nessa alma,
que de ser leve,
a mente é sã;
e a vida te encoraja
e voa.
Há de por fé nesse coração,
que com fé,
se é forte;
e a vida se intimida,
e se doa.
(Patrícia Vicensotti)
27 de julho de 2011
Do que não pude. Das coisas que não posso mais....
Eu sempre quis te contar sobre aquele dia.Sempre quis me sentar ao seu lado e dizer o que você foi na minha história.Por muito tempo esperei uma iniciativa sua,e alimentei uma esperança tão bonita sobre essas coisas de destino,amor a primeira vista,cara-metade.Mas eu nunca te disse.Não poderia prever que o que começava a nascer ali,seria tão marcante na minha vida:
Você sorriu pra mim a alguns anos atrás.Eu,uma garota sem graça e de pernas enormes.Te achei educado,( mas nunca soube o que você pensou sobre mim.).A gente mal se falou,mas casualmente fomos passando a ter os mesmos amigos,os mesmos lugares.Com o tempo,você foi se tornando um assunto que eu gostava.Um encontro que eu esperava.Recordo os sábados a noite,quando a gente se reunia naquela única calçada badalada da cidade.Um oi...depois você de um lado,eu do outro.Mas sempre com um meio sorriso,carinhoso e tímido.Muito tímido.Me lembro deles comentando com graça sobre o casaco de lã azul que você nunca tirava.Mas eu adorava aquele teu casaco e metade das lembranças que tenho de você,estão com o casaco de lã azul.E com o modo que você usava teu cabelo.E como você sorria quando as amigas roubavam do teu bolso,os chicletes de menta.Eu comecei a ver você de forma especial.Me encantava com teu jeito quieto,observador.Como você era diferente!É claro que aquela admiração rápida demais, me pareceu loucura no início;coisas da minha cabeça,empolgação,carência.Qualquer coisa que pudesse desacreditar o que estava acontecendo dentro de mim.Vinha um frio na barriga quando chegava,ingênuo e amigo.Era como se pudesse até ouvir o coração querendo pular pra fora do meu peito.Então vi que comecei a mudar.Desejei ser mais bonita,mais vísivel.Queria ter o cabelo da menina que você ficou.Eu passei a querer ser o que você gostava,mas até hoje eu não sei o que realmente fui.O que sei é que tudo foi muito forte, e a dimensão do que você estava me causando, me fez romper comigo mesma,(perdi a noção de muitas coisas.).É que era a primeira vez...era amor...e a essa altura,eu não via mais ninguém.E o que parecia singelo,foi tomando formas devassaladoras na minha alma.Era desejo me agredindo,era obscessão.E isso me fez tomar uma decisão; algo quase que irreversível para minha vida.Eu queria muito te contar sobre tudo isso um dia.Ninguém entendeu nada.Nem eu.Loucura.Só usei a última carta que eu tinha pra fugir e te mostrar que eu não estava nem aí pra tua insuportável falta de atitude.Houve dias em que eu quis que você viesse até mim e dissesse com todas as letras - acorda,não te quero!- Ou que me ligasse pra falar- olha,nunca estive tão bem!Que me escrevesse algo seco,do tipo- me esquece!.Quem sabe assim,eu não teria me desencantado de você?Te chamaria de estúpido,e tentaria te odiar.Mas você nunca foi assim.Nunca reagiu a nada.Era o mesmo modo tranquilo,ainda que nas piores situações.Senti vontade de te por contra a parede,te matar....te encher de beijos...te amar.É,eu nunca soube o que você sentiu;nunca cheguei perto do teu coração.E por isso fiz essa bobagem.Já fazem alguns anos,e eu ainda não me esqueci,nem nunca entendi o que (não houve) entre a gente.
Hoje eu te vi.Você continua bonito.Teu jeito de andar,ainda retraído e calmo.Você sorriu pra mim como se o tempo não tivesse passado.Como se o teu casaco de lã azul,nunca tivesse se desfeito.Por um momento me vi dentro dos teus olhos,numa sensação fortíssima de que ainda temos algo a viver.
Vim te escrever.Mas o que eu queria mesmo,era me sentar com você,te ouvindo dizer que se lembrou de mim em uma bobagem qualquer.Eu falaria dos meus sonhos,quem sabe.Do que não pude.Das coisas que não posso mais...
( Porque todo amor primeiro e intenso,ainda que platônico,sela lembranças.Resiste ao tempo.)
Patrícia Vicensotti
20 de julho de 2011
Por ter sido sincero...
Eu só desejo que quando tudo isso passar,um dia você compreenda: nada substitui nossas lembranças,nem o que foi a tua presença.Tudo teve muita força.E agora vejo que amigos tem mesmo que ser muito fortes para entender um silêncio e suportar a saudade de dizer o quanto ainda o amamos.
Patrícia Vicensotti
( Á alguém...)
Efêmera espécie
Poucos me sabem.Meus passos são tímidos e minha voz quase não diz.Por amante das miudezas,tenho o apreço da insignificância.Complicada e solitária,eis que preservo meus detalhes,quem dirá á algum milagre,com olhos a ponderá-los.Sou duas décadas antes da que nasci e antecedo três da que vivo.Tenho sentido como é dificil se integrar ao que não me cabe.Que presente é esse que me impuseram?Em que futuro me alicerçarei?Que passado me persegue?Sou a desfiguração atual,que aguarda desesperadamente uma explicação coerente á minha efêmera espécie.Encontrarei enfim um convívio?Poderei Senhor,me reconhecer com naturalidade aonde estou?Tenho sofrido demais com essa vida,incompreendida pela percepção conservadora e anti-promiscua.Eu assim,quero ser só.Quero ser tímida.Distante da epidêmica materialista.Quero continuar sendo esse bicho,enjaulada pelos principios,mas altiva a minha exclusividade.
Patrícia Vicensotti
18 de julho de 2011
Noturno
A saudade
inspira essa noite.
Véu nebuloso da noite,
Véu nebuloso da noite,
que envolve a dança fria:
Mão na palma da minha,
ouvido ao som do teu respiro.
És distante,meu amor.
Mas és tu neste noturno,
a estrela maior.
Tão solitário.
Eu só.
A canção que te aproxima
curva meu dorso crú.
Acendestes as luzes desta noite...
És distante,meu amor.
Mas és tu neste noturno,
a estrela maior.
És meu neste noturno.
Eu tua por deslumbro,
feito anéis de Saturno
feito anéis de Saturno
a nos casar.
Patrícia Vicensotti
Mon Dieu!
Oh oui... mon Dieu!
Laissez-le-moi
Remplir un peu
Ma vie...
Edith Piaf
22 de maio de 2011
Mulher aos trinta ...
Nem verde nem tão madura,aos trinta anos,o gosto,a forma,a temperatura ideal.Nem precoce,nem tardia,é ao ponto;é um que de vinho do porto que se aprecia. É o andar seguro e envolvente de quem faz que desentende o que causa.Não preza mais só largura dos ombros; aos trinta anos,o olhar é mais profundo e veem na inteligência um alto ponto de partida.Se excitam por idéias interessantes...
Ela se faz de desentedida,bebe sozinha,desce do carro com ar de quem independe.Tão mais mulher,tem tom esnobe,segura de tua capacidade.Gosta de atrair olhares,mas do que beijos.Gosta de dispertar desejos e é vicio de quem a tem.Ela seduz nos trejeitos e é veneno lento: enlouquece com teu modo de firmar os olhos envoltos aqueles cílios que como trilhos mostram o caminho - dos vinte,o que aos trinta aperfeiçoou - Ela joga o cabelo e abre um sorriso,como se nem notasse o desconcerto dos teus vestígios.Aos trinta anos, não quer perguntas,nem se importa tanto com o passado.Ela espera,ela também demora.Sabe que um "agora" perfeito precisa de jeito e não combina com pressa.Surpreende atraente á junção inocente com maturidade.
A mulher se descobre aos trinta anos.Inteligente e mais audaciosa,é o tempo em se entende e se desprende de fatos,alguns passados, para ser de si.Tempo em que reconstrói decepções, amansa as ilusões e se quebra tabus.Tempo entre as quedas e voos.Tempo de balanço sobre as grandes loucuras ou escassez de coragem.Uma mente mais leve e focada ao que realmente lhe interessa.Não há de tê-la como meio termo,mas está ao centro do melhor tempo: é a deusa das décadas.Modéstia parte,quando ela se ama,é um fascínio uma mulher de trinta anos.Nesse equilibrio dócil entre o frágil e o forte,ela é grave: ela provoca,ela consegue,ela arrebata - passa,escapa pelos dedos,faz arrombos por dentro e sai intacta.
Patrícia Vicensotti
Inspirado no livro: " A mulher de trinta anos" ( Honore de Balzac)
18 de maio de 2011
" Há dias tão lindos.Há momentos tão simples...
...O que nos move é essa sensação de sentir que alguém se importa e gosta da gente de verdade."
" Tenho amigos que me valem tanto..."
♥
Presente tão especial que recebi daqui -> 2+2=5 e guardei aqui -> ♥
17 de maio de 2011
Carta a uma Borboleta
(Para Patrícia Vicensotti)
Carta com um dia de atraso.
Mas borboletas sabem o tempo certo de sair do casulo.
" A minha borboleta,diferente das outras que só vivem um dia fez mais um ano de vida ontem.A minha borboleta atravessa os dias a fazê-los especiais pra cada um que por teu caminho passa fazendo-os eternos com palavras,gestos ou silêncios.A minha borboleta tem asas furtacor que só os mais sensíveis podem ver e se a pessoa for assim muito sensível pega carona e cria asas também.Tem nas asas palavras e passa os dias a escrever amores e com suas palavras curar dores.Meus amores foram por ela escritos e tuas palavras eram pomadas nas minhas feridas.Te peço! Espera minhas asas crescerem mais um pouco pra que eu possa descrever com o teu talento a imensidão do meu amor por você."
(Porque ontem eu ganhei tua voz.Porque hoje você ganhou meu sorriso.Pelas coisas que não se explicam,pelas dádivas de Deus,pela confiança tão extinta,pela cumplicidade,pela ausencia que não se julga,pelo silêncio que nada cobra,pela amizade íntegra,pela alma,pelas surpresas assim tão bem vindas,eu me sinto feliz por 'ter' na vida pessoas como você...assim tão linda!Obrigada por existir,amiga, e por ter feito parte de um dia,de um passo a uma nova fase tão importante pra mim.Um presente inesquecível você me fez...Eu te amo!)
Com carinho,
Patrícia.
Patrícia.
15 de maio de 2011
Nada mais me faria tão feliz.
De contrário a minha dor,veio de um sorriso solto como as coisas que nascem para ser encanto.
Veio abrindo as cortinas,pondo quentura de sol,azul de céu,cheirando erva-doce.Veio algodão-doce,beijo na mão,nuvem a me levar.Veio dos papéis amassados e encharcados de segredos.Veio de um passado,de um tempo demorado que pensei não mais haver.Veio como que das preces antigas,das cantigas ao pé do ouvido.Veio dos velhos livros,dos sonhos,devolvido,tocando mansinho como a alma quando sente o amor.Mesmo desacreditado,veio...fez-se a graça que tua pureza desenhou.
Eu estou te vendo chegar,mas tardio vem vindo...
Em encontro,o desencontro,o proibido.
Gosto doído de ter que deixar passar.
(Patrícia Vicensotti)
8 de maio de 2011
Do mais profundo e inexplicável...
" Amor da minha vida.
Daqui até a eternidade.
Nossos destinos foram traçados
na maternidade..."
( Cazuza )
" E tenho assim te amado:
descompassado e exagerado.
E porque á mim assim tem sido,
gosto então só sinto ao que te sou.
Meu mundo,menino,
por vós tomei e te dou."
¬Patrícia Vicensotti¬
25 de abril de 2011
Lição de casa
Flora Figueiredo
16 de abril de 2011
I Wish I Knew How It Would Feel To Be
Eu queria saber como é ser livre.
Eu queria poder quebrar todas as barreiras que me prendem.
Eu queria poder dizer todas as coisas que eu tenho pra dizer.
Dizê-las alto, dizê-las claramente,
para todo imenso mundo escutar.
Eu queria poder compartilhar todo o amor que há em meu coração.
Remover todas as barreiras que nos separam.
E eu queria que voce soubesse como é ser eu.
Entao voce veria e concordaria
que todo homem deve ser livre.
Eu queria poder ser como um passaro no céu.Quão doce seria se eu descobrisse que posso voar.
Bem, eu planaria o sol e veria lá de cima o mar
e cantaria, pois saberia como é ser livre.
Eu queria saber como é ser livre.
Eu queria poder quebrar todas as correntes que me prendem.
E eu queria poder dizer todas as coisas que eu quero dizer.
Dizê-las alto, dizê-las claramente
para todo imenso mundo escutar.
Dizê-las alto, dizê-las claramente
para todo imenso mundo escutar.
Dizê-las alto, dizê-las claramente
para todo imenso mundo escutar.
Um amor,um sangue.
Uma vida voce tem que fazer o que tiver pra fazer.
Uma vida com cada um
irmãs, irmãos.
Uma vida mas não somos iguais
temos de carregar uns aos outros
carregar uns aos outros
Eu queria saber como é ser livre.
Eu queria saber como é ser livre.
(Lighthouse Family)
14 de abril de 2011
3 de abril de 2011
More Than Words
"Saying I love you,
Is not the words I want to hear from you
It's not that I want you,
Not to say, but if you only knew
How easy it would be to show me how you feel,
More than words is all you have to do to make it real,
Then you wouldn't have to say that you love me,
Cause I'd already know..."
(Extreme)
27 de março de 2011
18 de março de 2011
Ânsia de Maria
Vivia de conter-se,pobre alma; afligia-se por desprovida do mundo.Traços de Maria,como destino das marias,benzia na fronte um repelir ingênuo,quase santificado.Tinha na vida um bem :a mente.Uma única estrada,a qual lhe trazia e a levava ao silêncio das respostas: era por dentro,onde ela mais andava.E nessas voltas,quase sem voltas,definhava em teu rosto a imagem que lhe dera,e como máscara,deixava-se cair.Desnudava as vestes de linho,amarelada e sem vida,e punha sutilmente um olhar,parado,fatalmente destinado,como a gota de lavanda,que (profana),pingara na nuca.Era Maria que vivia calada, nas manhãs e nas tardes; que tecia as lástimas e engomava o pouco de sorte,resignando-as pois, a um fim bem breve.Maria,criava noites que não tinha,e vestida de baile,era tão forte quanto ao batom escarlate.Na meia seda cor da pele,a sobre-pele da menina de chita.Tão fraca e tão viva,tinha cor,agora não mais a de Maria.E era bonita nesses dias...
¬ Patty Vicensotti ¬
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